quarta-feira, 24 de abril de 2013

O que você não entenderia.

O que ninguém entende é que você pode não achar as palavras certas para dizer no momento mais definitivo da sua vida mas você, conseguirá de alguma forma, demonstra las com os olhos.
Serenos e tão mais puros quanto palavras entaladas no fundo da garganta, de um choro que não escorreu, de um amor que um tanto doeu, do que você achou que não perderia e que acabou perdendo. Nunca se sabe o que se passa no interior de um olhar. E naquele momento, naquela fração de segundos, um piscar deles pode significar um até logo, um eu te amo ou um adeus. Eu quero te dizer adeus.

Eu ouvia The Perishers em um final de quarta feira a noite. Eu pensava em pegar o telefone e digitar para procurarmos o bar mais perto e me esbaldar nas nossas conversas paranoicas mas ai eu me lembrei que eu precisava te dizer adeus.
Adeus porque é assim que fazem no final das histórias e se para tudo tem que haver final, para o nosso tem que haver o adeus.
Mas o quentinho do seu abraço vai me causar frio e se eu hesitar em te ligar não me atenda. Quero aprender a viver sem você e evitar um susurro de olhares em meio a multidão.
Nossa multidão agora é meu vazio e confesso que me sinto preenchida nesse vazio. Depois de engolir mil borboletas acho que minha liberdade criou asas e tenho ouvido por ai que sou uma pessoa muito melhor e, talvez tenham razão.
Fui muito você e perdi espaço pra  doçura que mantinha em mim, e que o amargo tomou. Seus hábitos e manias, os seus estilos de música que de alguma forma me engrandeceram são muito mais meus do que seus. E não sei se deve, mas se fosse você me sentiria orgulhoso de ter conseguido converter tanto uma pessoas em alguns meses.
Amava isso. Até sentir que não tinha mais onde chegar, até perceber que ali era o limite e que já não havia mais trocas e nem somatórias numa conta de menos. Menos amor, menos confiança, menos eu, menos você, muito menos nós.
E se é assim, já não procuro mais o caminho, tenho buscado a saída e a coragem de dizer adeus mas sempre retorno às vezes que entendo que você é a unica exceção. Que por ninguém eu permaneci o tempo que permaneci por você e que nem sempre encontramos sentido para as coisas que fazemos.
Sei que não conseguiria te dizer nem meia dessas palavras mas sempre vivi assim, insegura.
E juro a mim mesma, todos os dias que posso ser melhor sozinha, insegura do que te manter aqui nessa bagunça que eu chamo de vida.
Trocando palavras por olhares, te digo que os meus desejariam os seus agora mas eu precisei fechá los para  descansar de uma vez dessa insonia que é você.



Maybe I know somewhere
Deep in my soul that love never lasts
And we've got to find other ways
To make it alone or keep a straight face
And I've always lived like this
Keeping a comfortable distance
And up until now I had sworn to myself that I'm content with loneliness
Because none of it was ever worth the risk

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